Tinha acabado de voltar da sua corrida matinal quando notou que pipocavam mensagens de amigos curiosos com sua estratégia de investimento.

A Americanas comunicou a mercado que ele atingiu uma fatia de 12,5%, dando-lhe o status de principal acionista pessoa física da companhia depois do trio formado por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Dono de uma faculdade de medicina e de um colégio de ensino infantil e fundamental, ambos em Olinda, o empresário de 44 anos um dos milhares de brasileiros que começaram a investir na bolsa em 2020, um boom gerado pela mínima histórica da Selic e pelos preços baixos das ações causados pela pandemia.

“Fiquei obcecado lendo tudo sobre a Americanas, mas o que mais me deu confiança que os acionistas são o segundo, o terceiro e o quarto homem mais rico do Brasil. Uma empresa como essa não tem como quebrar”, avalia ele, com uma confiança que certamente não está em linha com o que mercado vinha sinalizando sobre o futuro da varejista.

“Uma vez li uma entrevista dele em que dizia que o momento de investir na crise, e ele citava até o Burger King. Depois até descobri que o tênis que uso para correr de uma investida dele, a On Running, de tecnologia suíça”, diz o empresário, em referência marca que também tem como sócio o ex-tenista Roger Federer.

Ou seja, já dava para sair com lucro de 60%. “Não penso em tirar agora e acredito na recuperação. O valor dela hoje não existe, deixa muito a desejar. uma empresa que já chegou a valer R$ 90, e R$ 50 na média. Tenho ido ao shopping para ver a Americanas e acho até que o atendimento melhorou”, ele diz.

“Não acredito muito na regra da diversificação. Alguns amigos meus mais próximos dizem que vou ser lembrado como homem de coragem.” Em Pernambuco, além do colégio e da faculdade de medicina, Neto tem também uma construtora, mas pretende se desfazer do negócio.

Este artigo foi resumido em 67%

Originalmente Publicado: 15 de Julho de 2024 às 16:45

Fonte: pipelinevalor.globo.com