No encontro, a PF afirma que o então presidente Jair Bolsonaro discute com o general Augusto Heleno, então ministro do GSI e com Alexandre Ramagem, comandante da Abin, sobre a investigação que trata de possível rachadinha contra seu filho, o senador Flávio Bolsonaro.

“Sim, sim. Com um clique. Olha, em tese, com um clique você consegue saber se um funcionário da Receita esses acessos lá”. Nesse momento, o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, diz que essa essa estratégia discutida entre ele na reunião tem que ficar fechadíssima.

A quarta fase da operação Última Milha, deflagrada na semana passada, cita o áudio da reunião entre os quatro, durante a qual Ramagem teria dito que era preciso tomar medidas para anular a investigação que atingia o filho do ex-presidente.

“Eu acredito, até que se isso aqui vier tona, a gente vai ser bastante, atacada, mas francamente, eu não tenho o pouco nem pouco a fazer. O que que acontece? Eu juntei aqui. Eu fiz um, um pedido, é, general. Especialmente pro GSI. Porquê? um pedido de averiguação. Dos sistemas de inteligência que atendem Receita Federal, mas o pedido precisa, a averiguação precisa, feita, feito pelo Serpro”, afirmou a advogada Juliana Bierrenbach.

Mais frente na reunião, a advogada Luciana Pires discute outras opções para a ação da defesa que não fosse uma ajuda do GSI. Ela cogitou a via legal de acionar o STF. “Qual seria a outra opção que a gente poderia fazer sem ser através da GSI? Eu entrar com uma reclamação no Supremo, porque a forma, em tese, o relator o Gilmar Mendes”, diz a advogada.

Em outubro de 2020, o Ministério Público do Rio denunciou Justiça o senador Flávio Bolsonaro, o ex-assessor dele Fabrício Queiroz e mais 15 investigados pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema da “Rachadinha”, na época em que Flávio Bolsonaro era deputado na Assembleia Legislativa do Rio.

Depois da anulação das principais provas da investigação pelo STJ e pelo STF, o MP pediu ao Órgão Especial do TJ do Rio que a denúncia contra Flávio Bolsonaro fosse arquivada, ou seja, extinta sem análise do mérito.

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Originalmente Publicado: 15 de Julho de 2024 às 17:16

Fonte: g1.globo.com