Oficiais ouvidos pela Folha reservadamente afirmaram estar preocupados de que o evento reacenda críticas vinculação de militares com o governo Jair Bolsonaro e postura permissiva dos ex-comandantes com os acampamentos golpistas que se formaram em frente a quartéis, após a vitória eleitoral do petista no final de 2022.

As objeções já tinham sido discutidas entre os chefes militares em conversas informais que antecederam a reunião com o ministro.

A superação desse impasse não afasta o temor de que o ato, batizado de Democracia Inabalada, acabe por reabrir feridas entre militares e governo e reacenda o clima de tensão de um ano atrás.

O pano de fundo da desconfiança sempre foi a avaliação, entre conselheiros de Lula, de que oficiais de alta patente estavam comprometidos com o projeto político de Bolsonaro -capitão reformado do Exército.

Poucos dias depois das cenas de vandalismo em Brasília, ele declarou em entrevista GloboNews que os ataques eram um “Começo de golpe de Estado” e que integrantes das Forças Armadas que quiserem fazer política têm de tirar a farda e renunciar do seu cargo.

Outro foco de apreensão que o ato político volte a impulsar dentro do PT propostas no Congresso para tentar extirpar atribuições dos militares e alterar o artigo 142 da Constituição.

Na sexta, o Exército disse em nota que houve punições a dois militares no âmbito do 8 de janeiro, mas não detalhou quais condutas causaram a punição disciplinar e quais foram as penalidades.

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Originalmente Publicado: 7 de Janeiro de 2024 às 13:00

Fonte: www1.folha.uol.com.br